O que é NfL e por que ele importa?
O Neurofilament light chain (NfL) é uma proteína estrutural do citoesqueleto neuronal — parte dos neurofilamentos que dão suporte aos axônios. Quando há lesão axonal, danos neuronais ou degeneração — por doenças, traumas, inflamação ou estresse celular — o NfL é liberado para o fluido extracelular, alcançando o líquido cefalorraquidiano (LCR) e, em muitos casos, a circulação sanguínea.
Essa característica torna o NfL um dos marcadores mais sensíveis e versáteis para detectar e monitorar comprometimento neuroaxonal — de forma menos invasiva quando medido no sangue (soro/plasma) e com possibilidade de monitoramento longitudinal.
🔬 NfL no contexto de doenças e lesões neurológicas
Diversos estudos mostram que os níveis de NfL aumentam em uma ampla gama de condições, como:
- Doenças neurodegenerativas (ex: Alzheimer's disease, Amyotrophic Lateral Sclerosis, demências)
- Doenças desmielinizantes, como Multiple Sclerosis (EM) — onde níveis elevados de NfL indicam atividade de doença, lesão axonal e podem ajudar no monitoramento de progressão e resposta ao tratamento.
- Injúrias agudas — como trauma, convulsões prolongadas (status epilepticus), encefalites, lesão cerebral — onde NfL no soro ou LCR se eleva proporcionalmente ao dano neuronal.
- Em geral, qualquer condição que promova lesão axonal ou neurotoxicidade.
Por essas razões, NfL é considerado um
biomarcador “cross-doença” — útil para muitas condições, embora não seja
específico de uma doença única.
Como revisão recente descreveu: “a identificação e quantificação de danos axonais por NfL poderia melhorar a acurácia diagnóstica e permitir monitoramento prognóstico” em várias doenças neurológicas.
🧫 Métodos de detecção: ELISA e imunometrias sensíveis
Embora a detecção inicial de NfL tenha se beneficiado de métodos em LCR, o avanço de técnicas altamente sensíveis permitiu mensurar NfL também no sangue (soro/plasma), o que trouxe enorme vantagem prática — coleta menos invasiva, possibilidade de monitoramento repetido e aplicação translacional.
Métodos como ELISA tradicionais e plataformas mais sensíveis (ex: aberturas analíticas em “single molecule array”, etc.) têm sido usados para quantificar NfL com precisão e confiabilidade.
Esse avanço permite que laboratórios e centros de pesquisa utilizem NfL não apenas em humanos, mas também em modelos animais — essencial para estudos pré-clínicos, toxicologia, neuroproteção, neurotoxicidade, neuroinflamação, neurodegeneração, neurotrauma, etc.
🐾 Uso de NfL em pesquisa animal — potencial e aplicações
O uso de NfL em animais abre diversas possibilidades:
- Modelos de lesão axonal (trauma, TBI, compressão, isquemia) — monitorar dano e reparo neuronal.
- Estudos de neurodegeneração experimental — comparar evolução e resposta a terapias.
- Pesquisa sobre toxicologia e neurotoxicidade — avaliar impacto de drogas, substâncias químicas, poluentes.
- Modelos de inflamação/infecção do sistema nervoso central — medir comprometimento neuronal por doenças infecciosas ou autoimunes.
- Estudo de neuroproteção e terapias experimentais — usar NfL como desfecho para eficácia de fármacos, intervenções genéticas, terapias celulares.
- Pesquisa translacional — comparar dados entre animais e humanos para validação de biomarcadores e terapias.
De fato, já existe evidência da utilidade do NfL em animais, por exemplo em cães com meningoencefalite de causa desconhecida, onde níveis séricos de NfL (e no LCR) foram significativamente mais altos do que em cães saudáveis, mostrando sua aplicabilidade fora da pesquisa humana.
📈 Vantagens e Limitações do NfL como biomarcador
Vantagens:
- Sensibilidade alta — detecta variações mesmo discretas de dano neuronal.
- Possibilidade de uso no sangue — menos invasivo que punção de LCR.
- Aplicável a várias doenças e contextos — versatilidade.
- Útil para diagnóstico, prognóstico e monitoramento sequencial.
- Transversal — serve para doenças crônicas, agudas, trauma, toxicidade.
Limitações / Cuidados:
- Não-especificidade de causa — aumento de NfL indica lesão neuronal, mas não sua origem (infecção, neurodegeneração, trauma, inflamação, etc.).
- Níveis podem variar com idade, massa corporal, função renal — contexto clínico e laboratorial deve ser considerado.
- Necessidade de técnicas sensíveis — métodos tradicionais podem não detectar aumentos discretos.
- Interpretação exige cuidado e correlação com dados clínicos, histológicos ou de imagem.
🔎 Por que o NfL será cada vez mais usado em pesquisa e diagnóstico?
- Alta demanda por biomarcadores não invasivos — NfL em sangue permite triagem, monitoramento longitudinal e estudos populacionais.
- Crescimento da neurociência translacional — uso em modelos animais facilita a transição entre pré-clínica e clínica.
- Avanços tecnológicos — novas plataformas sensíveis viabilizam medições confiáveis mesmo em amostras pequenas ou com leve dano neuronal.
- Amplitude de aplicações — desde neurodegeneração a trauma, toxicologia, doenças infecciosas, estudos de envelhecimento, etc.
Conclusão
O Neurofilament light chain (NfL) se consolidou como um dos biomarcadores mais promissores e versáteis da neurociência moderna.
Sua capacidade de refletir dano neuroaxonal, degeneração e comprometimento neuronal — com possibilidade de detecção no sangue e em múltiplas espécies — o torna uma ferramenta essencial para pesquisadores, laboratórios e programas de P&D.
Se você atua com neurociência, toxicologia, neurologia experimental ou translacional — considerar o uso de NfL pode trazer resultados valiosos, mais sensíveis e informativos do que muitos marcadores tradicionais.
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